SOBRE SOL, PEDRA, INVERNO E POESIA
Op zoek naar zon in deze donkere dagen
vond ik in Brugge (Greinschuurstraat 15) deze mooie steen met een tekst van de
betreurde Herman De Coninck: ‘Er is niets
nieuws zonder de zon’. Het betreft een vers uit het gedicht ‘Winter’ (uit de
bundel ‘Zolang er sneeuw ligt’, uitg. Orion-Brugge, 1975).
À procura de sol durante estes dias sombrios encontrei em Bruges (Greinschuurstraat 15) esta pedra linda com um texto de Herman De Coninck de saudosa memória: ‘Não há nada de novo sem o sol’. É um verso do poema ‘Inverno’ (da coleção ‘Zolang er sneeuw ligt’, edit. Orion-Bruges, 1975).
Herman de Coninck was een Vlaamse
dichter-essayist- journalist, neorealist en de man van schrijfster Kristien
Hemmerechts. Hij werkte jarenlang als redacteur voor het weekblad Humo en overleed in 1997 op straat in Lissabon, nauwelijks
53 jaar oud, op weg naar een congres over literatuur in de Lage Landen.
Herman de Coninck era um poeta-ensaísta-jornalista flamengo, neorrealisto e marido da escritora Kristien Hemmerechts. Trabalhou por muitos anos como editor da revista semanal Humo e morreu numa rua em Lisboa em 1997, com apenas 53 anos, a caminho de uma conferência sobre a literatura nos Países Baixos.
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‘Não há nada de novo sem o sol’ |
Herman de Coninck era um poeta-ensaísta-jornalista flamengo, neorrealisto e marido da escritora Kristien Hemmerechts. Trabalhou por muitos anos como editor da revista semanal Humo e morreu numa rua em Lisboa em 1997, com apenas 53 anos, a caminho de uma conferência sobre a literatura nos Países Baixos.
Herman De Coninck werd slachtoffer van
een hartstilstand in Lissabon, Rua
Marquês Sá da Bandeira 74, waar zich nu deze gedenksteen bevindt.
Herman De Coninck foi vítima de uma
parada cardíaca, em Lisboa, Rua Marques Sá da Bandeira 74, onde agora se encontra esta pedra comemorativa.
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'Conto de fadas”: Era uma vez um homem que era sempre justo'
'Sprookje: Er was eens een man die altijd rechtvaardig was'
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Het werk van De Coninck werd
gedeeltelijk in het portugees vertaald in de seminaries collectieve vertaling
Mateus in 1994. Het werd uitgegeven door Quetzal Editores in 1996 (‘Os hectares da memória’).
A obra de De Coninck foi
parcialmente traduzida em Português nos seminários de tradução coletiva Mateus
em 1994. Foi editada por Quetzal Editores em 1996 (’Os hectares da Memória’).
POESIA
Um quadro
exige moldura,
como a
felicidade o medo da morte.
o venta vira
as folhas no jardim
e de repente a
página
muda. Como
quando despenteio os teus cabelos,
e ficam de
outro modo.
Afinal é tudo
o mesmo.
Olha, diz a
felicidade, mostrando-nos o agora.
Que treme nas
mãos dela.
© Herman de
Coninck - Tradução coletiva Mateus
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POËZIE
Een schilderij heeft een lijst nodig,
zoals geluk doodsangst.
Wind bladert in tuin
en ineens slaat een bladzij
zich om. Zoals ik door je haren ga,
en zo anders als ze dan liggen.
Eindelijk is alles hetzelfde.
Kijk eens, zegt geluk, en toont ons het
nu.
Het beeft een beetje in zijn handen.
© Herman de Coninck
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RAPARIGA
Tu própria,
que podes ter a noção e ao mesmo tempo
o atrevimento
de simplesmente expor
de vez em
quando uma opinião
ou um seio:
quando começa isso,
e no fundo
quando acaba? As mulheres
são feitas de
raparigas, aos quarenta
ainda deitam a
língua de fora como aos quinze,
ficam cada vez
mais jovens,
não sabem não
seduzir. Como a poesia:
um gato que
prudentemente caminha sobre as teclas
de um piano e
olha para trás:
ouviste?
viste-me?
Ah, o ar jovem
das raparigas de quarenta,
como umas
vezes querem, e outras não,
mas afinal
sempre, se repararmos bem.
Onde estão os
bons velhos tempos? Estão aqui, esses tempos.
© Herman de Coninck - Tradução coletiva Mateus
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MEISJE
Jezelf, het besef en meteen ook het lef
dat je dat gewoon kunt hebben en er af
en toe een mening van kunt laten zien
of een borst: hoe vroeg begint dat,
en eindigt dat eigenlijk ooit? Vrouwen
zijn gemaakt van meisjes, steken op hun
veertigste nog altijd hun tong uit van
vijftien,
worden almaar even jong,
kunnen niet niet-verleiden. Zoals
poëzie:
een poes die voorzichtig over een toets
of tien
van een piano is gelopen en omkijkt:
heb je dat gehoord? Heb je me gezien?
0, de meisjesachtigheid van
veertigjarige meisjes,
hoe ze soms willen, soms niet,
maar eigenlijk altijd, als je het maar
ziet.
Waar is de tijd? Hier is de tijd.
© Herman de
Coninck
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